Esperei muito tempo para descobrir um caminho onde eu poderia ser eu mesma, uma razão porquê expressar o que sinto, meus pensamentos, minha visão.
Tem alguém lendo isto?
Será que poderei alcançar alguém com minhas palavras?
Não sei se minhas palavras farão alguma diferença, mas eu quero pelo menos tentar.
Ao longo da minha jornada tenho descoberto o que funciona e o que não funciona para mim, o que me faz sentir para baixo, o que me enfraquece, o que eu gosto e não gosto de fazer, como me organizo, como encaro os desafios; enfim, eu sei melhor de mim do que os outros dizem ou pensam a meu respeito.
Infelizmente, não posso imaginar como as pessoas irão me tratar ou o que vão pensar a meu respeito, diante de várias situações que a vida nos traz. O fato é que precisamos aprender também a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. O que você quer receber é o mesmo que você deve oferecer as pessoas ao seu redor. Mesmo que os outros te firam, te atingem, te diminuem, não é você quem de fato está sendo humilhado ou diminuído. Lembre-se: “as pessoas só oferecem aos outros o que tem dentro de si”, e quando a vida nos “espreme”. Ah!!! Acredite: você vai descobrir o que tem dentro de si e pode ser que se surpreenda.
Muitas coisas acontecem ao longo do processo que nos fazem perder a esperança muitas vezes, nos deixam a beira de um colapso, nos fazem chorar; o medo invade a alma, nos paralisa, nos esmiúça. A confiança é quebrada, e, quando isso acontece, a dor invade a alma, tornando tudo aquilo que tinha significado em pó.
Mas o tempo e a sabedoria adquirida na caminhada nos traz a lucidez e a compreensão de quem somos revivendo nossos sonhos. A partir disso, conseguimos mostrar quem significamos, e não o que os outros querem ou esperam de nós. Começamos a compartilhar, a crescer juntos, sem máscaras, e desde então, perceber que é preciso estar saudável emocionalmente para ajudarmos os outros. Não podemos usar as ruínas para reconstruir algo, se não soubermos selecionar o que pode ser usado e o que deve ser eliminado, jogado fora. Há lixos que viram adubo, que se reciclam, mas há lixos que só servem para serem jogados fora e não possuem mais utilidade.
Quando penso nas razões porquê, imagino as milhares de pessoas que estão em algum lugar dessa terra gigantesca, com mais de 8 bilhões de pessoas, buscando um sentido que as faça prosseguir, acreditar, lutar e viver. Todos buscam por um significado que os faça ver que é necessário mais do que acreditar, mas transmitir que aquilo que dignifica o outro e o leva a possibilidades para recomeçar sua própria história, não são suas habilidades exteriores, mas as interiores, a que vivencia cada experiência, que suporta os desafios, que sabe fazer da dor um alicerce para outros repousarem.
Não se transforma atitudes com discursos perfeitos e sem base, mas por meio de ações que contagiam e nos levam a acreditar, não em nossa própria capacidade, mas naquilo que Deus faz através de nós, pois sem ele não existe fundamento. Ou seja, não se constrói algo novo sobre ruínas, é preciso reconstruir o alicerce com bases firmes que se fundamentam na palavra de Deus e em atitudes verdadeiras de um coração grato, mesmo estando em meio grandes batalhas. A esperança não surge depois da luta, ela deve estar presente em meio as tribulações. E a cada dia nos alimentando dessa esperança, temos confiança n’Ele, que é a fonte da vida.
Não podemos usar as ruínas para reconstruir algo, se não soubermos selecionar o que pode ser usado e o que deve ser eliminado, jogado fora. Há lixos que viram adubo, que se reciclam, mas há lixos que só servem para serem jogados fora e não possuem mais utilidade.
Esta é a minha razão porquê e compartilho com você para ser a sua razão também: quando entendemos que, mesmo diante de grandes perdas, lutas ou dores, nossa esperança está fundamentada em Cristo conseguimos superar grandes desafios. Qualquer gigante que se levantar diante de nós, será derrotado, qualquer onda que tentar nos submergir serão impedidas, qualquer vento que surgir não nos derrubará, e se passarmos pelo fogo, ele não nos queimará (Is.43.2), pois o Senhor é o Deus que venceu todas as batalhas por nós e ele jamais nos abandona, nos esquece, nos machuca. Ele nos ama, simplesmente, nos ama!!
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Ivana é formada em Teologia pelo Seminário MTC Brasil e Letras Português Inglês pela UNIFRAN, missionária, professora de inglês e mãe de Anna Keren e Lucas Benjamin.