Diário de bordo, Nampula, 14 de março, 2024
Há dois dias aqui, e tudo ainda muito louco, assustador, incerto e na total dependência. O choque cultural, social e a transição do conforto da sua pátria em um país tão complexo como Moçambique é de estremecer as estruturas. Graças a God que estamos firmes na Rocha Inabalável, lembro-me das palavras do meu amigo Dionísio. Um emocionado voltaria para trás rsrsrs… Mas a convicção e desejo em obedecer perpassa por tudo!
Viemos com a certeza de que estaríamos em um local seguro, sim estamos! Nosso apartamento é todo cercado por grades e grandes cadeados nas portas, travas de segurança. Mas ao entrarmos o sentimento foi: Um local de guerra! Local sujo, muitas vezes com fezes e urina humana, grades por todos os lados, roupas dependuradas, chão encardido, gente subindo e descendo… Moramos no terceiro andar… Mas quando se adentra no apartamento não parece o mesmo prédio rsrsr. Temos certo conforto: uma cama para dividirmos, água encanada, vaso sanitário com descarga e graças a God um chuveiro! Claro que água parece que tem terra, por vezes marrom ou amarela clarinha! Aliás, desde ontem estamos sem água, rsrs, algo que é normal, e orando pra não ser mais de uma semana como da última vez que acabou (semana passada, sim, a semana sem água!). Somos cercadas por duas famílias de missionários, no segundo e quarto andar tem mais duas. Fomos e estamos sendo bem acolhidas! God é bom!
Ontem estive na Imigração e eles vão alterar o visto da Hada e isso vai nos onerar… Moçambique! Também estive na escola, não deu certo por lá e mais uma situação pra se resolver. A Internet aqui também é um outro problema, estamos com dificuldades para adquirir uma, é muito caro e com poucos megas. Outra coisa desafiadora são os preços! Oh saudade do Epa Plus! Aqui um detergente custa em torno de R$ 12,00, um biscoito recheado R$ 10,00… Pensa no desespero kkk… (Rindo de nervoso!) Ainda não consegui fazer uma pequena compra por estar desorientada e pensativa em o que priorizar.
Ainda não fui onde será meu trabalho com as crianças. Preciso resolver principalmente sobre a escola da Hadassa. Confesso que não tenho cabeça pra ir lá agora, mesmo que é o que mais desejo. Mas preciso cuidar da FIOTA e da sua adaptação primeiro. Eu sabia né, Povoações, que seria um caminho complexo. Mas God no controle! Sábado irei à tarde para conhecer o local e dando certo por aqui o que preciso resolver, pretendo no sábado da outra semana começar o trabalho.
Entendeu a loucura da Obediência???
Abandonar conforto, família, amigos para obedecer um chamado de ir anunciar a outros sobre a Esperança que é O Cristo! Muitos medos sim, muita incerteza mas isso faz parte da vida de um missionário. O mais difícil tem sido com relação a Hada, porque quem me conhece e acompanha sabe que isso aqui não me abate, mas dessa vez tenho a “Bixa” comigo, e isso faz parecer ainda mais louca, a loucura da Obediência! Racional, tá! Mas também com muita fé naquele que nos trouxe até aqui. E como mãe, pego minhas dores e as guardo no bolso, para acolher as dela.
Mas de pouco a pouco, vamos nos ajeitar… Tá tudo muito recente… Muito novo, muito louco… E se God quiser, permaneceremos na Loucura da Obediência!
Alvos de oração
- Pela nossa adaptação principalmente a da Hada
- Pela nossa saúde, pelas muitas dores no corpo devido a chicungunha.
- Por uma vaga na escola pra Hada e recursos para isso.
- Por mantenedores principalmente nesse primeiro momento com muitos gastos.
- Pelo trabalho com as crianças, não vejo a hora de estar lá.
- No mais, Povoações… É o tempo rsrsrs!
Não é sobre erguer paredes e sim reerguer pessoas!
Por Gerciane Silveira
#DiarioDeBordodeMissoes #familiaemissoes
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